Conheça a história do Prato Verde, fundado e administrado pelos irmãos Flores

Conheça a história de um dos primeiros restaurantes vegetarianos do Bom Fim, em Porto Alegre,  fundado e administrado pelos irmãos Flores

O Prato Verde abriu suas portas em meados dos anos de 1990, fruto de uma parceria dos irmãos Tiago Flores e Tarcísio Flores (falecido em 2004). Eles não imaginavam que o restaurante se tornaria referência em comida vegetariana na capital, conquistando clientes com um ambiente de empresa familiar, que se encaminha para a segunda geração.

A história começa em 1991, quando Tiago Flores, que na época era concursado do Banco do Brasil e fazia faculdade de música, desistiu da vida de bancário e decidiu alugar o salão da Igreja Santa Teresinha, no Bairro Bom Fim, para abrir o Prato Verde. Tiago e Tarcísio se uniram para dar início aos trabalhos do primeiro restaurante vegetariano do bairro – na época, Porto Alegre só possuía um restaurante do segmento, localizado no Centro. Para esse começo, eles contaram com a ajuda da irmã, Helena Flores Konzen, que é nutricionista. “Ela ajudou desde a seleção de pessoal até montar o cardápio, nos assessorou. No segundo ano, nós contratamos uma nutricionista para ficar no restaurante em tempo integral. E alguns pratos de hoje são os mesmos daquela época”, explica Tiago.

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Ambiente do salão principal, na década de 1990
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Primeiro formato do buffet

O sucesso do Prato Verde se deu logo na inauguração. A quantidade de clientes foi tamanha que chegou a faltar comida. O salão inicial era pequeno, tinha capacidade para 80 pessoas. Já a partir do segundo ano, foi preciso cavar e construir mais um salão – comportando o dobro de pessoas. Nos primeiros anos, Tiago e Tarcísio trabalhavam arduamente, atuando em todas as funções e etapas, desde as compras, produção de alimentos, sucos, lavação e atendimento aos clientes.

Já em 1992, Tiago foi morar na Rússia, para fazer especialização em regência. Morou lá cerca de dois anos, retornando a Porto Alegre somente nas férias, a cada seis meses. Neste período, Tarcísio convidou outros dois irmãos – Luiz Roberto Flores (Beto) e Atos Flores para trabalharem no restaurante. Em 1993, Tarcísio se desligou do empreendimento para abrir outro negócio – e Atos e Beto se tornaram sócios. Em 1996, Tiago se deligou do trabalho diário do Prato Verde, mantendo-se como sócio, e passou a se dedicar exclusivamente à música. Atuou como diretor artístico da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) nos anos de 1999 a 2001 e 2011 a 2014; e fundou a Orquestra de Câmara da Ulbra, em 1996, atuando como maestro até hoje.

Nesta época, outro irmão começa a trabalhar no restaurante: Telmo Flores. Um dos mais velhos da família, Telmo trabalhou de 1996 a 2006 – quando se aposentou e foi morar no Mato Grosso.

QUALIDADE DE VIDA

Os irmãos Beto, Atos e Tiago Flores, sócios do Prato Verde

Antes de começarem a trabalhar no Prato Verde, Beto e Atos tinham uma empresa de programação visual – onde desenvolviam trabalhos com serigrafia, letreiros e fachadas – a extinta Acrilarte. Neste período, Beto teve sua saúde bastante abalada, devido ao constante uso de tintas e solventes. Ao deixar a empresa antiga e ingressar no Prato Verde, Beto recuperou a saúde. “O vegetarianismo me deixou mais ativo. No período de um ano, eu me sentia completamente recuperado das funções hepáticas, só por causa da comida saudável. Até hoje sou vegetariano.”

Para Atos, a mudança para o Prato Verde também trouxe bons frutos. Foi quando ingressou no restaurante que conseguiu estar mais próximo das duas filhas, pois passaram a almoçar em família. Outro fator importante é o fato de trabalhar em uma empresa familiar. “Sempre tivemos um bom relacionamento entre os irmãos, de muito afeto. Trabalhar com a família não poderia ser melhor. A gente tem confiança uns nos outros e isso é fundamental.”

Beto graduou-se em Química, na PUCRS. Atos é bacharel em Regência Coral, pela UFRGS, e paralelamente ao Prato Verde, atuou como regente do Grupo Vocal Ulbra – instituição onde também lecionou. Além de Beto e Atos, outro irmão também trabalhou no Prato Verde: João Claudio Flores, que trabalhava como gerente nos finais de semana e hoje está aposentado.

SEGUNDA GERAÇÃO

Em 2005, o Prato Verde entrou em uma nova fase. O filho mais velho de Tiago Flores, que leva seu nome, Tiago Costa Flores (ou Tiaguinho, como é chamado pela família), ingressa no restaurante. Logo de início, passou a cuidar do cardápio, em função do gosto pela gastronomia e pela experiência que tivera na Inglaterra. Ele também é graduado em Publicidade, pela ULBRA, e tem MBA em Marketing pela FGV. Trabalhou no Prato Verde por 11 anos, e atualmente dedica-se a outro negócio também no ramo da alimentação.

AMIZADE E CONFIANÇA

Com 25 anos, o Prato Verde mantém clientes que almoçam diariamente e mais da metade deles frequentam o local há mais de dez anos. “É uma satisfação olhar para uma obra e saber que tu ajudou a construir. Saber que a gente começou do nada e se tornou uma empresa referência na área em que atua”, afirma Atos. Além disso, garante, o principal é trabalhar em algo que se acredita. “Saber que oferecemos uma alimentação de qualidade, que faz as pessoas se sentirem melhor, é o que nos dá mais satisfação. A alimentação é a base de tudo, afeta todas as áreas da vida. É muito bom saber que a nossa dedicação ajuda as pessoas a serem mais saudáveis. Trabalhamos com honestidade e afinco, querendo fazer sempre melhor. E a gente nota que os clientes reconhecem isso e acreditam na nossa proposta. ”

 

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