Todas as verduras servidas no buffet do Prato Verde são orgânicas. Mas você sabe de onde elas vêm? Boa parte delas são fornecidas pelo produtor rural Bladimir Nunes – que tem uma história de proximidade com o Prato Verde que não é de hoje: começou há 20 anos, quando foi contratado como garçom. Logo em seguida, passou a ser o responsável pela compra dos alimentos – função que desempenhou por 15 anos. Era ele que, diariamente, selecionava boa parte das verduras e outros insumos para o preparo das refeições. Mas em 2016, sua vida deu uma reviravolta, a partir do questionamento: e se ele mesmo passasse a produzir alimentos orgânicos para o Prato Verde?
Pois foi o que fez. Há um ano investindo nas lidas do campo, Bladimir já está colhendo os frutos de seu esforço na terra, e hoje é um dos principais fornecedores do restaurante. “Nós apoiamos desde o início. Gostamos de ver as pessoas progre dindo, dá uma satisfação pra gente! Se antes ele era um colaborador, hoje é um parceiro da empresa!”, alegra-se Atos Flores, gerente do Prato Verde.
Para dar esse passo, Bladimir também contou com o apoio do Sr. Adão – produtor que vende na Ceasa e que o incentivou a mudar de vida. Foi ele quem arrendou 10 hectares de um terreno em Viamão para a plantação. Em outubro de 2016, Bladimir começou plantando 3 mil mudas. Hoje, são 45 mil a cada 15 dias – em um processo quase todo feito à mão.
“O plantio e a colheita são totalmente manuais. A máquina é usada só para fazer o canteiro no início. Os inços, a gente tira todos manualmente também. Mas o trabalho é puxado. Tem dia que a gente trabalha até às 10h30 da noite!” conta.
Para dar conta, Bladimir tem a ajuda de outros dois produtores que dividem as tarefas do campo com ele, supervisionadas por um agrônomo, com o apoio da Emater, que dá toda a assistência, desde a preparação do solo, passando pelo plantio e colheita, além de auxiliar no escoamento dos produtos.
Bladimir planta verduras (alface, rúcula, agrião, radite, tempero verde, couve, espinafre, brócolis, repolho), além de tubérculos como aipim, batata-doce, cenoura, abóbora e moranga. Tudo isso vai direto para o buffet do Prato Verde e também para a Ceasa e outros restaurantes.
“As mudas são orgânicas também. É uma coisa bem diferenciada. Tu vê quando é uma mudinha, tu limpa, cuida. E depois, quando tu come uma salada orgânica, tu sente a diferença. Desde a maciez até o sabor. Não é uma verdura bonitona, mas é muito saborosa!”, garante Bladimir.
Para ele, trabalhar com orgânicos é uma forma de resistência: dá mais trabalho, é mais caro e tem uma perda que pode chegar a 30%. “Grande parte a gente perde para os animais, pois não usamos veneno, apenas repelentes naturais.” Mas a recompensa vem por poder trabalhar ao ar livre, de acordo com os horários da natureza, além de ver a sua renda melhorar. “Eu estou gostando dessa nova vida. O ar é diferente, o clima, tudo! Tu trabalha tranquilo, vê os bichos… Tem muito bicho silvestre! Lobo-guará, capivara, furão, graxaim, passarinhos, cobras. E eu consigo ver o resultado do meu trabalho: sei que se eu plantar mais, vai ter quem compre!”
“De nossa parte, é muito bom saber que estamos oferecendo alimentos da melhor qualidade, que conhecemos e sabemos a procedência. Os clientes ganham, e nós também estamos fazendo a nossa parte, apoiando iniciativas de plantações que não usam veneno e respeitam o meio ambiente, além de contribuir com a economia local, valorizando os pequenos produtores da região. Sem contar que vibramos ao ver o desenvolvimento do Bladimir, que tem relação conosco há tantos anos e já criamos amizade!”, destaca Atos.
Saiba quem são os demais fornecedores orgânicos do Prato Verde
Além de Bladimir, o Prato Verde adquire alimentos dos produtores Lauro Bernar e João Volkmann, e complementa as compras na área dos orgânicos da Ceasa. Saiba mais sobre eles aqui.
Lauro Bernar: Há mais de 20 anos com o Prato Verde
Ele vende na Feira Ecológica da José Bonifácio aos sábados e também é fornecedor do Prato Verde há mais de 20 anos. Planta 18 itens, entre eles alface, radite, rúcula, tempero verde, couve, brócolis, espinafre, cenoura, beterraba, rabanete, couve-flor, repolho e outros. A vantagem de trabalhar com orgânicos, segundo Lauro, é saber que está oferecendo um produto saudável. “Isso não tem preço! É uma filosofia de vida: nós não usamos e nem queremos usar produtos químicos.”
João Volkmann: Produção orientada pelos princípios da agricultura biodinâmica
Os clientes do Prato Verde certamente já ouviram falar no arroz Volkmann – servido diariamente no buffet e que faz sucesso pelo sabor diferenciado. “Toda a nossa produção está orientada pelos princípios da agricultura biodinâmica. A interação Terra Cosmos é estudada; e os cultivos respeitam os ritmos e impulsos vindos das constelações mediados pela lua. Para a formação de húmus, são elaborados preparados biodinâmicos a partir de plantas medicinais”, explica Volkmann.